Processo de produção do vinho tinto

Como é gostoso saborear um vinho, lentamente sentir as suas notas, o seu aroma e perceber a sua intensidade. Mas se você tem curiosidade de saber como o vinho é produzido, este post é pra você!

O processo de fabricação muda conforme o tipo de vinho e também com o resultado final que o enólogo espera obter. Por isso aqui nos dedicamos a descrever rapidamente o processo do vinho tinto, que é o mais complexo e vai matar a sua curiosidade.

Colheita
Tudo começa na videira, onde a uva é cultivada. Há uma relação íntima entre o cultivo e um bom vinho, por isso algumas safras são tão valorizadas em relação às outras, principalmente pelas questões climáticas e o cuidado do agricultor em colher a uva na hora certa.

Transporte
Após a colheita a uva é transportada para a vinícola com todo o cuidado para manter a sua integridade. É nessa etapa que se espalha o aroma da uva pelas ruas e estradas.

Recebimento
Ao chegar na vinícola, a uva é pesada e testada para determinar o seu grau de açúcares, que será fundamental para a sua precificação, uma vez que quanto maior o grau de açúcar, maior será o potencial alcoólico do produto. Geralmente uva é recebida no lagar, um equipamento que transportará delicadamente a uva para a desengaçadeira.

Desengace
Neste processo a uva passará pela desengaçadeira para que se retire o engaço, que é a estrutura que suporta os grãos da uva, além disso a casca da uva é levemente rompida, mas sem amassar a semente que incorporaria amargor ao suco.

Fermentação Alcoólica
Nesta etapa as bagas da uva ficam em contato com o suco em um tanque de fermentação com temperatura controlada, com o uso de leveduras os açúcares do mosto serão transformados em etanol (álcool). É muito importante o processo de remontagem, que consiste em manter as cascas do grão sempre submersas no suco a fim de extrair todas as propriedades nelas existentes, já que são nas cascas que encontram-se os polifenóis que agem como antioxidantes na nossa corrente sanguínea. E assim, lentamente, é extraído o máximo das propriedades da fruta, como aroma, cor e sabor.

Drenagem ou Prensagem
Agora é a hora de separar o sólido do líquido. Com o uso do esgotador, as cascas e sementes são separadas do mosto. Posteriormente, as cascas e sementes passarão pela prensa pneumática, onde serão prensadas delicadamente sem que haja o esmagamento da semente, evitando extrair o seu amargor.

Trasfega
Após a prensagem, o líquido retorna para o tanque de fermentação para que haja a precipitação dos elementos mais densos que se depositam no fundo do tanque. A trasfega é a retirada desse sedimento para não agregar sabores indesejáveis à bebida. Esse processo é facilitado pela base inclinada do tanque e uma porta inferior especialmente projetada para essa extração. Dependendo do vinho é necessário fazer várias trasfegas durante a sua elaboração.

Fermentação Malolática
Este tipo de fermentação nem sempre é feita, pois varia de acordo com o objetivo do enólogo. Aqui há a transformação do ácido málico em ácido lático, por meio de bactérias que reduzem a acidez do vinho, e agregam maciez, complexidade e diferentes sabores e aromas. Para um bom resultado é necessário um controle de temperatura, que varia de acordo com o tipo do vinho.

Estabilização
Após a fermentação Malolática, o vinho é resfriado para que o ácido tartárico cristalize e possa ser separado da bebida através da gravidade, evitando que isso aconteça após o engarrafamento, quanto mais rápido for o resfriamento mais eficiente será a precipitação dos cristais. 

Clarificação
Nesta etapa será retirado qualquer elemento suspenso no vinho, corrigindo a turbidez, agregando brilho e esterilizando a bebida. Para isso o vinho passa por filtros que o tornarão mais agradável ao paladar. O resultado dependerá diretamente do elemento filtrante escolhido.

Maturação
Nesta etapa o vinho faz um repouso para evoluir em sabor, aroma, coloração, reduzindo a acidez e torando-o mais equilibrado. As características primárias da fermentação tornam-se mais sutis, emergindo um vinho mais elegante e maduro. A maturação pode ser realizada em tanques de inox, em barricas de carvalho ou de outros materiais, independente disso o ideal é que o vinho permaneça abrigado da luz solar, com temperatura e umidade controlada.
Quando maturados em barricas de carvalho, as barricas são dispostas horizontalmente para que haja uma triangulação entre a madeira, o vinho e o oxigênio. Com o passar do tempo, parte do vinho evapora, e esse espaço é preenchido por oxigênio que modificará as características da bebida. 
A complexidade do trabalho do enólogo passa por saber o exatamente quando o vinho está maduro e liberar para o engarrafamento.

Engarrafamento
Agora o vinho já pode ser engarrafado, atualmente as vinícolas contam com sistemas automatizados que garantem a segurança alimentar e permitem a produção em grande escala.

Envelhecimento
Diferente da maturação que ocorre antes do engarrafamento, o envelhecimento ocorre com o vinho engarrafado e tem como objetivo mantê-lo em contato com a rolha proporcionando assim uma micro-oxigenação, que fará com que as características do vinho se modifiquem. 

Enfim é chegada a hora do consumo. Agora fica fácil perceber a complexidade atrás de uma taça de vinho, não é mesmo? Saúde!